21 março, 2016

Mãos delicadas

Algo me tocou, algo me acariciou
Algo me despertou, algo me realizou
Leve como uma pena, brilhante, macia, linda e serena
O encaixe era perfeito, uma mão sobre a outra
O enlace era aceito, uma aliança, mas não como a outra

Por isso me alegrei, chorei, mas me despertei
Para o novo que avistei, para o olhar que me encantei
Foi brilhante como rubi, foi tão deslumbrante que percebi
O amor recebeu sua glória, o amor alcançou sua trajetória
Nas lágrimas da dor hipertensa, o Perfeito entregou sua recompensa

02 maio, 2015

O que Jesus aprendeu?

"Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu." Hebreus 5.8

Talvez uma das maiores dificuldades dos cristãos do primeiro século era conseguir acreditar que Jesus era homem e ao mesmo tempo Deus. Com todas as coisas que passou, com tudo que viveu, diante de tantas vivências naturais daquela cultura, humanidade e realidade, olhar para Jesus naqueles dias e reconhecer que ele também era o Deus encarnado, o Filho eterno do Deus vivo, o Salvador da humanidade, poderia ser uma das maiores dificuldades, tanto que o crucificaram.

Nos dias de hoje a dificuldade é a mesma, entretanto de modo inverso, ou seja, conseguir acreditar que Jesus além de Deus é também homem como nós, sabe exatamente o que passamos, sentimos, e vivemos com as mesmas proporções: "Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado." Hebreus 4:15.

Diante deste simples fato a questão natural que nos salta à mente após ler este versículo (e logicamente analisando cautelosamente o contexto) é: O que de fato Jesus aprendeu? Pode parecer simples para alguns responder: Ora, aprendeu a obediência. E então, onde se posiciona a grande questão? No simples fato de que todo aprendizado de obediência, e neste contexto é o ensino de um Pai para um Filho, tem um propósito muito maior do que agente imagina, pela limitação de que o Filho (em geral) sabe menos que o Pai, logo, deve confiar que o Pai possui uma vontade (livre volição inteligente e de infinita sabedoria) que é boa, perfeita e que no final de tudo, é para nos trazer alegria (Rm. 12.2).

Assim, podemos dizer que nesta simples porção da escritura sagrada temos uma profunda revelação de um chamado divino e paterno de propósito multiplicador de todos os demais chamados, ou seja, de todos os irmãos de Jesus (Hb. 2.11). Logo, o aprendizado parece ser:

v6 - Como também diz, noutro lugar: Tu és sacerdote eternamente, Segundo a ordem de Melquisedeque. Isto é, reconhecimento da existência do propósito eterno de Deus para a vida.

v7 - O qual, nos dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia. Isto é, certeza de amparo frente ao temor da desistência da missão.

v8 - Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu. Isto é, ter consciência de filho e consciência de que obediência = padacimento (inclui-se a possibilidade de morrer). Assim como Jesus é a própria semente divina enviada a nós, nós também recebemos a semente divina (1 Jo. 3.9) a fim de que recebamos a cada dia fortalecimento (Hb. 5:12-14) de consciência, de que não somos daqui. Obediência aos pais terremos é temporária, ao Pai eterno é para sempre (Hb. 12.9)

v9 - E, sendo ele consumado, veio a ser a causa da eterna salvação para todos os que lhe obedecem. Isto é, recompensa eterna pela obediência.

v10 - Chamado por Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque. Isto é, confirmar a honra ao que lhe chamou.

Respondendo a pergunta inicial deste simples artigo, o que Jesus aprendeu? Aprendeu que para consumar sua missão, era necessário se encarnar e levar a cabo sua vocação até o fim, levada às últimas consequências, inclusive a morte.

Seu desejo de aprender de Deus Pai e consequentemente de obedecê-lo, está incluso o cálculo de você um dia ter que morrer por ele ou sua vida vale mais do que a honra de obedecê-lo?

22 abril, 2015

Violoncelo - Música Divina para quem quer ouvir

Oráculo Divino quando da vocação em espera para ser exercida em sua plenitude

Muitas folhas para as inúmeras escolhas
Muitas ilhas para as institutas divinas
Eram pessoas em vales, eram pessoas em contraves
Ouviam a música, mas se encantavam com a metafísica

Sabes os planos divinos? Sabes os intentos dos Deuses?
Deveras inquietamo-nos no sombrio de nossas mazelas
Deveras orgulhamo-nos na inquietude de nossas "cautelas"
Para que após nossas chourumelas recebamos verdades benévolas

Portanto deixe Ele agendar suas ações
Deixe Ele coordenar suas capitulações mas não faça reivindicações
Sejas tu um alento de ablações sem ocilações, abstrações,
inundações de obrigações deste mundo sem orientações.

15 fevereiro, 2015

Porque há somente um mediador entre Deus e os Homens?

"Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem." 1 Timóteo 2:5

Vejo constantemente irmãos fazendo referências de seus pedidos de orações à pessoas demoninadas "santas" pela milenar tradição religiosa cristã. Dizem que fazem suas preces a eles, seus pedidos e súplicas das quais muitas são atendidas. Tenho grande apreço e admiração por estes exemplos de sabedoria e fé, visto elas estarem baseadas num tipo de fé que está para além das Sagradas Letras ("...conhece as sagradas letras, que são capazes de torná-lo sábio para a salvação mediante a fé em Cristo Jesus." 2 Timóteo 3:15 - NVI) que afirma haver apenas um somente mediador entre Deus e os homens. A referência aqui é a mesma de intercessor/sacerdote único infalível e eterno que fez parar a necessidade de geração de sacerdotes substitutos/temporários após ele:

"E, na verdade, aqueles foram feitos sacerdotes em grande número, porque pela morte foram impedidos de permanecer, mas este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo. Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles. Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime do que os céus; Que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e depois pelos do povo; porque isto fez ele, uma vez, oferecendo-se a si mesmo. Porque a lei constitui sumos sacerdotes a homens fracos, mas a palavra do juramento, que veio depois da lei, constitui ao Filho, perfeito para sempre." Hebreus 7:23-28

Poderíamos até afirmar que os que morreram em Cristo Jesus mesmo agora estando mortos segundo os homens, estão vivos para Deus, como o próprio Deus afirmou ser ele um Deus de vivos mesmo referenciando-se a pessoas "mortas" há aproximadamente dois mil anos ("Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó? Ora, Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos." Mateus 22:32), e que após a ressurreição de Cristo, muitos dos santos da "antiga aliança" foram vistos na cidade santa ("...saindo dos sepulcros, depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa e apareceram a muitos." Mateus 27:53), e que Moisés e Elias conversaram com Cristo no monte da transfiguração, e que debaixo do altar de Deus almas clamam pela justiça de Deus pelo tipo de morte que foram mortos (Ap. 6.10) e que ainda os que estão no céu agora estão em grande gozo (Lc. 16.25), combatendo a doutrina do estado de sono da alma como um estado inconsciênte, já que só goza de algo quem está consciente ou acordado.

Entretando, mesmo que estes estejam vivos nos céus agora, o fato escriturístico sagrado que não muda nem pode ser anulado, é que apenas um sacerdote foi constituído por Deus para ser mediador entre Deus e os homens (1 Tm. 2.5) e que todo e qualquer sacrifício (incluí-se aqui o exercício da fé através das nossas orações) é aceito por Deus, somente se for feito por intermédio de Jesus Cristo (...vós sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo. 1 Pedro 2:5 - RA)

Isto nos remete ainda ao fato adicional de que todo e qualquer sacrifício a Deus aqui mencionado refere-se às obras voluntárias de ajuda ao próximo (doação de roupas, comidas, ajudas em instituições sociais, etc), serviços em comunidades de fins espirituais (serviços em igrejas, reuniões domésticas, diaconatos, etc.) serviços ministeriais (pregação da palavra, ensino, intercessões, etc) e qualquer outro tipo de serviço/ministração que se faça com o objetivo primário de agradar a Deus.

Como a Escritura afirma que somente é possível agradar a Deus por meio da fé ("...sem fé é impossível agradar a Deus." Hebreus 11:6) e que o autor da fé ("...Jesus, autor e consumador da fé." Hebreus 12.2) que nos salva do inferno e do inferno que há em nós é Jesus Cristo de Nazaré, logo, somente Ele deve ser digno de receber tal exercício de nossa fé, mais ninguém, mesmo que seja um beato morto que faz milagres (Oséias 4.12).

16 dezembro, 2014

A chegada do ouro

A hora era especial, a hora era triunfal
Diante daquele grande ser, uma glória sem igual
Milhares de crianças, miríades de humildade
Vestidos de ouro elas vestiam, vestidos de honra elas traziam

O toque da trombeta era numa grande janela
O toque do anúncio era numa hora singela
O ser anunciante era grande, o ser possuia honra de gigante
Perguntei o óbvio, questionei o evento

Quase perdi o estado de sóbrio, porque percebi a obra do Tremendo!

06 setembro, 2014

Quem não está disposto a ser um Jesus, é melhor que não tivesse nascido

"Tu o fizeste um pouco menor do que os seres celestiais e o coroaste de glória e de honra. Tu o fizeste dominar sobre as obras das tuas mãos; sob os seus pés tudo puseste" Salmos 8:5-6

Não somente as Escrituras Sagradas, mas também a história das religiões de diversos povos e culuturas, em épocas e situações diferentes, afirmam que o âmago da existência humana está na luta entre o bem e o mal. Esta luta não deveria ser medida por questões físicas, mas pelo propósito da função do ser humano na terra, dar honras e glórias à aquele que o criou.

Esta realidade se repetiu e ainda repete nos diversos contos da história humana, como foi no caso da força pela verdade nas ideologias de Sócrates. Como foi no caso dos diversos contos de Homero e Hesiodo, como foi no caso de Leônidas, líder dos espartanos na guerra contra os persas e como foi no caso de muitos outros, que aqui o espaço não caberia relatar.

Entretanto, na guerra contra as mentiras dos sistemas monopolizados de manipulação das massas, subjulgadas à um estado mental inferiorizado, houve alguém que não somente destruiu todo o império deste sistema, como radicalizou a forma de destruir e reconstruir verdades para além da nossa consciência que se torna vã perto das suas gloriosas ações.

Quando Jesus derruba as falsas verdades da religiosidade aparente da sua época, o legado mais proeminente para que esta verdade se tornasse eterna, por que de fato o era, foi estar disposto a morrer e ressuscitar para provar que as estacas que construímos, ainda que sejam as mais legítimas, precisam estar dispostas a serem destruídas para que Ele reconstrua à sua maneira, a fim de que nenhuma glória humana permaneça neste mundo, mas tão somente a glória que só a Ele pertence.

Neste sentido, quando os discípulos afirmam: "agora conhecemos que sabes tudo, e não precisas de que alguém te interrogue, por isso cremos que saíste de Deus" (João 16:30), Jesus estava provando que quando o homem se emancipa à imagem perfeita de Deus (não estou falando de parar de pecar, porque isso é impossível), quero dizer, à consciência do porque fomos criados, seu único destino é ser o que ele mesmo afirmou ser: "... deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida, e a Escritura não pode ser anulada" (João 10:35) registrada em (Salmos 82:6 - "Eu disse: Vós sois deuses, e todos vós filhos do Altíssimo").

Ser igual à Jesus é ser deus nesta terra (... porque, qual ele é, somos nós também neste mundo. 1 Jo. 4.17), estar consciênte de uma missão maior, estar disposto à uma missão de honra, como se fosse um justo e perfeito mordono, servindo e se deixando ser servido com humildade até que todos cheguem ao mesmo perfeito ("...a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo." Ef. 4:13) e mais completo conhecimento de quem Jesus é e de quem Ele deve ser em nós e no universo, a fim de que nossa vida seja como um eterno culto em forma de vida que lhe dê os louvores que lhe são devido.

Ser deus na terra é isto, ser alguém que não apenas tem consciência do que deve fazer, mas estar disposto a fazer o que de fato é o desejo dEle, ainda que todas as estacas mais bem fundadas tiverem que ser derrubadas para construirmos outras melhores, sem isto, talvez seja difícil a imagem e a semelhança do Eterno Deus ser refletida em qualquer pessoa que seja, ainda que esta ganhe o mundo inteiro, porque ganhar inteiramente todo o mundo e perder sua própria alma talvez seja o mesmo que um dia ter sido criado para ser deus mas ter se tornado um demônio ("...e um de vós é um diabo." Jo. 6:70).

Se um dia você como eu sonhou em morrer por uma causa superior, falo aqui daquilo que é transcendente, esteja disposto por isso, pelas verdades eternas fincadas com as mais profundas raízes do que Jesus fez por nós nesta terra (e ainda faz no céu - "...vivendo sempre para interceder por eles." Hb. 7:25), ser deus, que paradoxalmente, as vezes precisa morrer pra ressucistar com mais vigor e oferecer assim a eterna glória àquele que é glorioso e merecedor de tudo em nós, inclusive nossa vida e morte por Ele!

01 setembro, 2014

Carta a um velho "jovem" pastor

Estes dias tive a honra de presenciar mais uma das evangeliques aberrações do neo-pentecostalismo brasileiro, numa das instituições filantrópicas mais conceituadas (pelo menos para os menos avisados) desta cidade.

O tal "irmão" que se dizia pastor, afirmou que seu alimento principal era a Bíblia Sagrada, até então uma afirmação de alto valor moral para a sociedade pós-moderna em crise da qual vivemos, e por que não dizer, uma afirmação até que um tanto virtuosa, pelo menos de primeira instância.

Pois bem, a destarde dos contextos que nos dariam livros de contos utópicos baroneses por aqui, gostaria de me atentar no detalhe que lhe saltou com vigor e intrepidez de suas cordas vocais, quando o mesmo afirmou com todas as categorias possíveis disponíveis ao seu limitado alcance daquele momento, uma "verdade" teórica, que por sinal não lhe foi constituída nem por um simples curso de Bacharel em alguma área de humanas, quanto mais por experiência própria.

O jovem pastor, quiz afirmar um problema da sociedade atual sem nunca ter passado por tal problema, como se as soluções, das quais nenhuma ele apresentou, apenas criticou, fossem ter valor por simples análise teórica ou por dedução.

Afirmava ele unilateralmente o tal "abandono de alguns chefes de família" de seus lares. Será que ele ainda vive na pré-história e se esqueceu que as mulheres se emanciparam? Será que ele é do estilo neo-patriarcal medieval morto há alguns milênios? Será que ele já ouviu falar de feminismo? Emancipação feminina, mulheres no poder, mulheres que sustentam casa, lar, e o que mais for preciso para dar de lavada em muitos "homens" por aí? Acho que não, até porque pela aparência dele, parecia ter seus quase 40 anos de idade, mas por ironia do destino talvez, disse ele que vivia com seus pais, talvez porque não sabia lavar cuecas ou fazer ovos mexidos. Não sei, quem sabe.

Acho que ele se esqueceu de que quem fez a comida que ele tanto diz se alimentar dela, saiu de casa antes de fazer 30 anos de idade para encarnar sua missão de fato e de alma!

Bem vindo aos clichês dos palcos do evangelicalismo medieval afogados nas indulgências das massas humanas manipuladas.