01 setembro, 2014

Carta a um velho "jovem" pastor

Estes dias tive a honra de presenciar mais uma das evangeliques aberrações do neo-pentecostalismo brasileiro, numa das instituições filantrópicas mais conceituadas (pelo menos para os menos avisados) desta cidade.

O tal "irmão" que se dizia pastor, afirmou que seu alimento principal era a Bíblia Sagrada, até então uma afirmação de alto valor moral para a sociedade pós-moderna em crise da qual vivemos, e por que não dizer, uma afirmação até que um tanto virtuosa, pelo menos de primeira instância.

Pois bem, a destarde dos contextos que nos dariam livros de contos utópicos baroneses por aqui, gostaria de me atentar no detalhe que lhe saltou com vigor e intrepidez de suas cordas vocais, quando o mesmo afirmou com todas as categorias possíveis disponíveis ao seu limitado alcance daquele momento, uma "verdade" teórica, que por sinal não lhe foi constituída nem por um simples curso de Bacharel em alguma área de humanas, quanto mais por experiência própria.

O jovem pastor, quiz afirmar um problema da sociedade atual sem nunca ter passado por tal problema, como se as soluções, das quais nenhuma ele apresentou, apenas criticou, fossem ter valor por simples análise teórica ou por dedução.

Afirmava ele unilateralmente o tal "abandono de alguns chefes de família" de seus lares. Será que ele ainda vive na pré-história e se esqueceu que as mulheres se emanciparam? Será que ele é do estilo neo-patriarcal medieval morto há alguns milênios? Será que ele já ouviu falar de feminismo? Emancipação feminina, mulheres no poder, mulheres que sustentam casa, lar, e o que mais for preciso para dar de lavada em muitos "homens" por aí? Acho que não, até porque pela aparência dele, parecia ter seus quase 40 anos de idade, mas por ironia do destino talvez, disse ele que vivia com seus pais, talvez porque não sabia lavar cuecas ou fazer ovos mexidos. Não sei, quem sabe.

Acho que ele se esqueceu de que quem fez a comida que ele tanto diz se alimentar dela, saiu de casa antes de fazer 30 anos de idade para encarnar sua missão de fato e de alma!

Bem vindo aos clichês dos palcos do evangelicalismo medieval afogados nas indulgências das massas humanas manipuladas.


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